A pesquisa no Laboratório de Fisiologia Ambiental de Abelhas (FIS-A-BEE) tem como foco o estudo das adaptações de insetos sociais, principalmente de espécies nativas de abelhas sem ferrão (Apidae, Meliponini), aos desafios fisiológicos e ecológicos em ambientes tropicais. As colônias de insetos sociais são vistas como ""super-organismos"", cuja organização e aparente cooperação é resultado de decisões individuais em resposta a estímulos ambientais locais (processos de auto-organização). Portanto, insetos sociais precisam ser estudados em dois níveis distintas, o nível individual e o nível colonial. Os principais eixos de pesquisa no FIS-A-BEE são:
(1) Ecologia sensorial. Esse eixo de pesquisa aborda perguntas relacionadas à percepção visual, química e mecânica tanto do ambiente intranidal como do ambiente externo ao ninho (nível individual), e à utilização desses canais sensoriais na orientação, na busca por fontes de alimento, na detecção de inimigos, na comunicação e transferência de informação entre os membros do ninho e nos processos de auto-organização (interação nível individual-colonial).
(2) Cognição e memória. Apesar do cérebro pequeno, os insetos sociais são capazes de resolver tarefas complexas (nível individual). Mas qual o limite de cognição e memória nesses animais? E existem diferenças entre espécies com respeito às capacidades cognitivas? Existe algo como uma ""memória colonial"" em insetos sociais (interação nível individual-colonial)?
(3) Estratégias de forrageamento. Os insetos sociais necessitam de recursos não apenas para satisfazer as necessidades individuais, mas, principalmente, para a manutenção das colônias. Dadas as variações na disponibilidade der recursos no ambiente ao longo do ano, cada grupo de insetos sociais desenvolveu sua estratégia particular para otimizar a coleta de recursos. Esse eixo de pesquisa tem como foco a investigação e comparação dessas estratégias em insetos sociais, principalmente entre as espécies de abelhas sem ferrão do Brasil. Também são investigados os estímulos ambientais locais, que resultam em decisões das forrageadoras (nível individual) e, consequentemente, na coordenação colonial da coleta de recursos (interação nível individual-colonial).
(4) Ecologia térmica. Apesar do fato que insetos são geralmente considerados animais ectotérmicos, colônias de insetos sociais podem ser vistos como organismos heterotérmicos. Por um lado, o desenvolvimento bem-sucedido da cria requer temperaturas relativamente estáveis com poucas oscilações ao longo do dia e do ano. Por outro lado, os ninhos e, ainda mais, as forrageadoras estão expostas a variações grandes de temperatura. Quais, então, são os mecanismos que permitem manter temperaturas estáveis no interior dos ninhos? Quais as temperaturas críticas e ótimas para os diferentes grupos de insetos sociais? Como as forrageadoras evitam principalmente o superaquecimento durante a coleta de recursos nos ambientes tropicais? Existem diferenças entre espécies com respeito à tolerância térmica (individual e colonial), e essas estão associadas à distribuição geográfica atual das espécies?
Site:
https://www.eventos-fisio-usp.com/
Local:
FIS-A-BEE
Sala:
204/305
Telefone:
(11) 3091-7519
Email:
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